Já sabemos que alguns fatores contribuem para entendermos a vibração energética, tão famosa na Chapada dos Veadeiros. Sua formação geológica é uma das mais antigas do planeta e grande parte permanece intacta desde então. Além disso, a gigantesca placa de cristal de quartzo escondida em seu subsolo emite magnetismo atuante no organismo humano. Soma-se o fato da Chapada ser cortada pelo místico Paralelo 14, o mesmo que passa por Machu Pichu, a cidade perdida dos incas.
Mas como surgiram as primeiras comunidades espiritualistas no local?
Em meados do século XVIII, um pequeno núcleo de colonização surge em torno de uma fazeda na região próxima a Cavalcante. Havia ali muitos cervos. Bandos com mais de 60 veados eram vistos pela chapada – contam os antigos – e em sua caça eram usados cães farejdores conhecidos como veadeiros, por isso o nome atual.
Em Veadeiros, eram produzidos alimentos para atender a grande demanda gerada pela movimentação em torno das minas de ouro de Cavalcante. Quando as minas se extinguiram, Veadeiros que já cultivava sementes de trigo, trazidas da Bahia por ciganos egípcios, passa a se dedicar à produção do grão.
Mas a libertação dos escravos traz a escassez de mão de obra e, consequentemente, afeta o cultivo de trigo, encerrando mais um ciclo econômico no município. No início do século XX passam por ali a célebre Comissão Cruls e a Coluna Preste e, em 1938, Veadeiros se torna oficialmente distrito de Cavalcante.
Em 1953, conquistou sua autonomia e foi, por essa época que um grupo esparantista se instalou na fazenda escola Bona Espero, iniciando o ciclo migratório espiritualista para a região
Em 1963, no município já rebatizado como Alto Paraíso, surge a Cidade da Fraternidade, também uma fazenda escola dedicada ao desenvolvimento espiritual.
Nos anos 80, o Projeto Rumo ao Sol fortaleceu o movimento esotérico em Alto Paraíso, propondo um modelo de vida em comunidade, com alimentação natural, contato com a natureza e crescimento espiritual.
A partir daí, e impulsionado pelo asfaltamento da GO-118, o crescimento do município se acelera. Na década de 90, os ativistas ambientais vês se somar aos místicos, passando a desempenhar ativo papel na defesa do patrimônio natural e cultural de Alto Paraíso e da Chapada dos Veadeiros.